Ando me demitindo

Karien Petrucci
2 min readDec 6, 2020

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Ando me demitindo de todos os lugares, ideias e teorias que extrapolam os meus limites e que me exigem um comportamento desumano.

Desumano porque não contempla a minha humanidade, a minha saúde, a minha vida, o meu processo, o meu sonho.

Estou respeitando a minha história, indo no meu ritmo e me demitindo de tudo aquilo que não reconhece o meu melhor.

Ando me demitindo de situações à relações. De tudo que me exige o irreal e que não me respeita como indivíduo.

E, ao me demitir, eu estou admitindo que a vida não é dois pontos que a gente liga.

A vida é o caminho.

Nesse caminho tem pedra, tem tropeço, tem limite, tem falta de sentido, tem novas percepções, tem novas rotas, tem novos atalhos e, às vezes, tudo que a gente precisa é mesmo se demitir. Mesmo que isso seja admitir que a gente não vai conseguir realizar os sonhos de criança.

É a frustração real da vida.

Da vida real.

Da vida adulta.

E na vida real adulta não dá para ter tudo mesmo.

Eu me conheço o suficiente para saber da minha dificuldade de desistir.

E, quando assumi que a única coisa que estava em meu controle é que a vida ia sair do meu controle, percebi que minha força pode estar em trilhar alguns caminhos impopulares.

Sem aplausos.

Porque muitas vezes é nesse lugar solitário que está meu sentido.

Então comecei a entender que, melhor que ter uma multidão validando, falando que o que estou fazendo é certo, melhor é saber que, mesmo sozinha, eu posso continuar do meu lado.

É aí que tenho encontrado a paz no meu peito com tudo o que sou e tudo que eu não sou.

Foi aí que eu resolvi demitir a ilusão e admitir a vida.

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