E se eu voar?

Karien Petrucci
2 min readAug 22, 2020

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Antes de ler o texto abaixo, olhe a imagem acima.

Essa imagem tem uma história interessante. Tenho um quadro dela em casa.

Em uma viagem para Islândia, entrei no Museu de Arte Moderna da capital islandesa - Reykjavik- e me apaixonei por essa imagem. Naquele momento, essa imagem representava tudo o que eu queria e sentia: estava no caminho de chegar ao topo.

Importante: O topo aqui não tem nenhuma conotação com a vida profissional como ouvimos tanto falar por aí. Não se reduzam a isso!!!

O topo, para mim, na Islândia, foi sentir que estar ali era estar mais conectada com o meu desejo. A Islândia foi uma viagem “life changing” para mim. Me senti tão eu mesma naquele país que queria levar essa imagem do TOPO comigo.

Aconteceu que me empolguei com uma lobster soup deliciosa, com precinho maravilhoso, servida no pão, com refil grátis e bolo caseiro de sobremesa (também “grátis”) e esqueci a ilustração no restaurante (será que esqueci? …hummm… a psicanálise não me deixa pensar assim, mas vou manter essa versão para o romance todo da história).

Entrei em contato com o restaurante: e-mail, DM no instagram e nada. Nunca me responderam.

Em um ato muito legal, meu namorado na época comprou pela internet a ilustração de presente para mim, que chegou em casa depois de alguns meses. Diretamente da Islândia: YAY.

Enquadrei e coloquei na parede de casa para nunca mais esquecer da sensação de estar mais perto de mim o tanto quanto senti quando estive na Islândia. No topo: YAY.

Eis que um dia recebo um amigo em casa. Dentre todos os quadros de casa, esse, que tinha um certo destaque, lhe chamou a atenção. Eu contei a ele a história descrita acima.

E ele me disse: “E se essa mochila que ele carrega, na verdade, é um paraquedas?”

Silêncio!

Silêncio!

Silêncio!

Na hora, só consegui reagir com um blasé: “Hum, é um belo ponto de vista”.

A verdade é que nunca mais olhei para esse quadro da mesma forma.

Ampliando o olhar, vendo por outra perspectiva… talvez… exista algo mais interessante a se fazer.

Obviamente, não estou falando que escalar uma montanha e chegar ao topo é pouco, mas usemos a imaginação: talvez a gente possa mais do que a gente pensa-barra-imagina.

A verdade? É certeza que dá. Na maioria das vezes, limitamos o olhar ao que nos é conhecido. Nos subestimamos demais.

Ás vezes, é só se jogar.

De paraquedas.

Sou capricorniana.

:)

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