Escrevendo a história que eu quero ler
Há 5 meses uma head hunter me procurou. Arrumei mil desculpas e não tive um horário para falar com ela.
Já anotem aí: erro!
Porque conhecer alguém é sempre bom, sempre! Juro! Mesmo que não seja bom, rs. Algo você aprende.
Mas quero me explicar aqui: talvez 5 meses atrás eu não conseguiria me posicionar como fiz hoje.
Spoiler dado, hoje tivemos uma reunião.
Ela tem uma posição em uma empresa muito atraente, uma vaga interessante, talvez algo que um dia já sonhei muito.
O problema? — um dos, mas vou simplificar — A empresa exige o modelo híbrido semanal, ou seja, pelo menos duas vezes na semana teria que estar presencialmente no escritório.
Posso dizer? Nem acho o pior dos modelos. Real!
Mas eu não moro mais em São Paulo. E para a minha vida nesse momento não é um bom modelo.
Mas o ponto desse texto não é esse, mas conseguir falar sem gaguejar: eu agradeço a oportunidade, mas estou bem assim.
Vamos então ao “estou bem assim”:
- Não tenho um salário fixo
- Não tenho plano de saúde, vale refeição, vale alimentação, vale combustível, carro, telefone e internet pagos pela empresa
- Não tenho décimo terceiro
- Não tenho férias remuneradas
- Não tenho participação nos lucros
Estou bem assim???
Caralho, é difícil demais completar essa frase.
Mas sim, estou bem assim.
Vamos então ao que eu tenho. Ou, pelo menos, acredito que tenho:
- Autonomia de ser dona do meu tempo e espaço
É só isso mesmo. É uma lista de um ítem só. Esse aí.
Mas a quantidade de subitens que seguem dentro desse grande ítem, eu nem conseguiria elencar nesse texto.
Eu moro onde eu quero. Eu trabalho de onde eu quero. Eu gerencio o meu tempo, mesmo achando que ainda não domino muito bem essa pauta, a verdade é que está tudo na minha mão.
Sim, eu trabalho muito. Trabalho mesmo. Quem está perto de mim sabe e ainda não acredito que consegui equilibrar essa balança (se funde com a pauta gerenciar tempo). Mas eu tenho a autonomia para escolher trabalhar muito. Ou pouco. Ou não trabalhar. Okay, não trabalhar não é opção. Mas é isso, vocês entenderam, né?
Voltando à reunião de hoje com a head hunter.
Eu consegui falar sem gaguejar que estou feliz como estou. Mas eu não garanto que vou colocar a cabeça no travesseiro e não pensar e pensar e pensar: será que estou fazendo o certo?
Mas o que é “fazer o certo”?
Só eu sei.
E o certo para você, só você sabe.
Queria dizer que estou orgulhosa de sustentar um caminho que, sim, está me fazendo feliz. Em um estilo de vida que eu nem sabia que queria, que gostava. Mais calmo.
Eu fui programada para fazer tudo o que o nos dizem que devemos fazer para ter “sucesso”. Eu preencho todos os requisitos das vagas. Tem graduação? Tem. Tem pós-graduação? Tem. Tem MBA? Tem. Tem MBA internacional? Tem. Tem experiência? Tem. Domina outros idiomas? Sim.
É real, eu fiz tudo o que é requisitado.
Talvez agora eu não esteja fazendo. (risos)
Não esteja fazendo para quem? (risos novamente).
Na verdade, talvez agora eu não preencha um requisito bemmm básico: desejar isso.
Hoje, dia 29 de fevereiro de 2024, essa sou eu. E como deixei bem claro para a head hunter, essa sou eu hoje.
Um dia meu sonho foi sair do interior. Assim o fiz.
Um dia meu sonho foi morar fora do país. Assim o fiz.
Agora meu sonho é esse aqui. Assim estou fazendo.
Amanhã? Não sei.
Jamais deixarei de sonhar.
E realizar.
E o que é sucesso?
Só eu sei.
E o que é sucesso para você, só você sabe.
Cada um no seu caminho.
Honrando sua própria história.
Uma dica?
Escreva a história que você gostaria de ler.