No tempo sempre cabe reticências…

Esse post será curto. Direto. Vou poupar seu tempo.
O tempo não para (sabemos bem e cantamos isso aos quatro ventos) e cada um sabe a velocidade que quer imprimir para sua própria vida.
Eis que lendo um trecho de um dos livros que estou a me aventurar — Que Ninguém Nos Ouça de Cris Guerra e Leila Ferreira — me deparei com uma Oração ao Tempo, nomeação essa da própria autora, no caso a Cris Guerra.
Ao ler a oração, primeiramente tive o ímpeto de reler e, em sequência, uma vontade imensa de desacelerar, respirar e estar em paz comigo mesma.
E como a vida é compartilhar e se relacionar e somar, resolvi escrever aqui essas palavras tão inspiradoras para mim:
“Tudo o que lhe peço, Tempo, é que me salve do meu coração. Dessa entrega absurda de ir até o outro e me deixar sem mim. O que lhe peço, Tempo, é o caminho do meio. Aprender a receber antes de me entregar. Ver além. Peço que me devolva a mim mesma. Que eu me reconheça e acolha. Me aqueça em meus buracos escuros e definitivamente me toque. Que eu saiba cuidar somente do que me cabe. E deixe ir. E deixe vir. Natural, inteira e suavemente. Que a vida me encontre distraída, sem a ânsia de buscar o que não sei. O que não vale. O que não é. O que lhe peço, Tempo, é a aceitação do tempo e da vida como ela é. Sei que ela me aguarda plena e legítima. Mostre a ela o caminho até mim. Enquanto isso, me adormeça em paz até que a verdade me alcance como um beijo. Tire de mim essa ânsia de ser feliz, inverta a ordem das coisas e assopre no ouvido da alegria o momento de me capturar de volta. Que eu me aquiete na paz do merecimento, sem dar um passo ou um pio. Que eu apenas contemple. Que eu resista à tentação de correr para o que ainda não está pronto. Que eu me apronte para a surpresa de um dia simples. Que eu acorde como quem nasce. Amém.”
Cris Guerra
E termino, Ferreira Goulart disse uma vez que somos uma sociedade que prefere se atordoar a se conhecer. Por isso, empreendemos uma verdadeira guerra ao silêncio.
Take your time!