O ano em que (re)nasci

Karien Petrucci
3 min readAug 9, 2023

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A gente sabe quando um livro atravessa a gente.

Por uma coincidência da vida — o que vim a ter ctz durante a minha leitura que não existem coincidências, apenas mensagens do universo a serem decodificadas — cruzei com esse livro em um stories de uma pessoa que nem conheço, mas adorei o trecho postado. Fui atrás de saber mais, já adorei o que li como resenhas, mas decidi comprar mesmo qdo soube que se tratava de uma autora LGBTQI+, tive a ctz que queria ler seu ponto de vista e incentivar essa mulher (que ainda não conhecia, mas que viria a conhecer tão bem).

Bom, dado esse preâmbulo, digo que li as 255 páginas em menos de uma semana. Isso só acontece qdo a leitura me captura num nível dos sentidos. É raro, mas acontece.

Eu ri, gargalhei, chorei e me emocionei lendo essa história de vida que tanto revelou sobre a minha própria vida. Relacionamentos a partir de um ponto de dependência emocional, a sensação de existência apenas a partir do olhar do outro, a incapacidade de ver e viver a vida com os próprios olhos e a morte em vida para renascer e descobrir quem se é.

Para aprender que amar é liberdade, sem ser piegas, mas é verdade. E que só é possível quando primeiramente nos amamos, nos reconhecemos e começamos a viver o mundo pela nossa própria ótica.

O amor por nós mesmos transborda e alcança as pessoas ao nosso redor.

Mas, é preciso morrer em vida.

Sentir. Tirar sua dor para dançar e entender o que há para ser descoberto e desbravar com coragem.

Eu senti a dor da autora, eu já morri em vida e não faz mto tempo. Estou na minha fase de renascimento. De minha própria descoberta. Quem eu sou e como meus próprios olhos experimentam o mundo.

É o tal do salto no vazio, pq são páginas em branco a serem escritas dia após dia por mim e mais ngm. A vida é coletiva e compartilhada, mas primeiramente precisamos aprender a viver com nós mesmos e então compartilhar desse amor que transborda e transforma com todos ao redor. Amigos ou inimigos, de fato todos tem o papel de mostrar alguns caminhos para nós.

A nós, nos resta aceitar e amar. Sentir os processos. Viver nossas dores e alegrias. Agradecer. Tudo que vem, vem para nos engrandecer.

Me sinto criando asas. E a felicidade que tenho dentro de mim por poder voar, já sinto, transborda ao meu redor.

Eu estou começando a me amar. E sei que, como todo percurso de vida, terei dias que me amarei mais e outros menos. Mas se amar é um caminho sem volta. E de uma beleza indescritível. Sei que tenho muita descoberta ainda a ser feita sobre mim, sobre quem eu sou, mas que satisfação saber que já estou renascendo para a minha essência. Para viver a minha vida longe de qualquer crença que possa me limitar.

Como bem reforça Milly em seu livro, esse é um exercício diário, porque o que nos é familiar, mas não necessariamente bom, tem a mania de querer nos capturar de volta.

Por isso reforço, morrer para a vida que se tinha para renascer para sua própria vida é maravilhoso. Gratidão pela minha jornada. A minha história está apenas começando. Aceito, amo e transbordo.

“Eu me curvo diante da sua grandeza, de sua imensidão e da sua bondade, de sua justeza, sua beleza, sua sabedoria, sua música e sua poesia, seus mistérios e sua verdade. Aceito suas leis, suas regras, aceito seu tempo. Eu aceito o tempo que as coisas tem e aceito a vida como ela me é oferecida. Peço perdão por tanto ego, tanto medo, por ser tão pequena, e peço ajuda para encontrar a trilha de minha bem-aventurança. Peço ajuda. Pecp ajuda para crescer, para encontrar minha paz de espírito, para usar minhas palavras para o bem, para nunca mais machucar ninguém. Peço ajuda pra saber quem eu sou. Eu peço ajuda e digo: “Sinto muito; por favor, me perdoa; obrigada; eu te amo”. (Trecho do livro: “O Ano em que Morri em Nova York” de Milly Lacombe).

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