Sobre o meu desejo como mulher

Karien Petrucci
2 min readJul 1, 2024

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texto escrito dia 08 de maio de 2023

“Desculpe baby, eu vou viver mais pra mim. eu vou correndo buscar a glória. minha glória”.

No espaço de meses, duas mulheres ícones que fizeram parte da minha vida deixaram esse plano que habitamos.

Glória Maria e Rita Lee.

Duas mulheres que apenas com suas existências me inspiraram a ser mais eu.

A gente sempre pensa em ídolos distantes, que viveram outras épocas. Mas não, eu tive privilégio de viver, pelo menos parte, da existência junto com essas duas mulheres que admiro. As vi em ação, em pensamento, em atitude.

Cada uma me inspira de uma forma, claro. Suas histórias são únicas e simplesmente no meu ponto de vista WORTH IT.

Mas aqui eu quero falar sobre o ponto que me tocou muito do dia do falecimento das duas. E esse foi o ponto em comum.

Quando Glória Maria faleceu, uma pessoa sempre muito discreta, pouco sabíamos da vida dela. A admiração já existia, mas conforme as histórias vieram a tona, eu pensei: uau que mulher que viveu a vida que ela desejou. Que viveu além do seu tempo. Que omitiu a idade porque isso não a definia. Que foi mãe aos 60 anos. Independente. De opinião forte. Autêntica.

Hoje, perdemos Rita Lee. E eu poderia usar os mesmos adjetivos para descrever essa mulher, tão diferente de Glória Maria e tão parecida em alguns aspectos. E é por essa via que ambas me inspiram MUITO.

Viver conforme seu desejo não é igual para ninguém. Temos aqui duas ícones brasileiras (e mundiais) que construíram vidas completamente diferentes, com caminhos diferentes, dons diferentes, estilos diferentes, mas alguma coisa eu vejo nas duas O DESEJO DE SER QUEM SE É.

E é por isso que escrevo esse texto porque esse é o caminho que estou percorrendo e me inspiro todos os dias em mulheres como elas.

No dia de hoje em que Rita faleceu e no dia que Glória Maria faleceu, uma tristeza muito sincera invadiu meu peito e ao mesmo tempo um orgulho imenso de ter dividido a existência com elas e ver que em tempos muitos mais difíceis elas tiveram a coragem de ser quem são. E ponto.

O que eu sinto dentro de mim, nesses dois momentos, é uma chama acesa, muito acesa… como se elas me dissessem: SÓ VAI.

Como diz Rita: “eu gosto de mim, mas não é muito confortável ser eu”.

Mas por elas e para honrar meu desejo o que sinto hoje é vontade de continuar, de seguir meus instintos, de ser!

Ser por elas, por mim e por tantas que ainda virão.

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